quinta-feira, 3 de junho de 2010

Alternativa para Formação de professores durante o período letivo

Em 2009 duas novas escolas públicas receberam laptops.  Como isso ocorreu durante o período letivo, o core team organizou com a direção dessas escolas formações para grupos de professores, duas horas diárias dentro do horário de trabalho. Enquanto um grupo fazia a formação, outro suportava as crianças nas salas de aula.
O modelo não é o ideal já que um professor tem que atender duas salas de aula ao mesmo tempo, mas foi a alternativa possível naquele momento e garantiu que os professores tivessem um uso mais freqüente do laptop, sem acarretar custos.
Explico... em Ruanda, considerando que o salário dos professores é muiiito baixo e não 
 há plano de carreira,  há a cultura de incentivar os professores a realizarem formações através de uma ajuda financeira, ou seja, em qualquer formação os professores precisam receber dinheiro para pagar a alimentação e o transporte.
No entanto, isso limita as formações que não estavam previstas no orçamento. Considerando esse fator, nossa única alternativa foi fazer formações dentro do horário de trabalho evitando gastos com transporte e alimentação.


Alguns poréms nessa formação: 
Apesar dos professores da escola expressarem alegria com a novidade(o lpatop), a formação dessa vez foi muito inferior a primeira que o core team havia realizado. Voltou-se a aulas mais tradicionais de laptop e o “ensino” de aspectos técnicos para professores que estavam usando um computador pela primeira vez. 
Voltamos a insistir com o grupo sobre o objetivo das primeiras formações: fazer o professor sentir-se confortável com o laptop e pelo menos com uma atividade. A angústia do formador em ensinar todas as ferramentas e possibilidades da máquina acaba assustando e paralisando o professor iniciante em tecnologia.


Problemas referentes a essas duas escolas:
não havia laptops suficientes para todos os alunos e escola não recebeu uma orientação do ministério da educação sobre uma política de distribuição das máquinas. As escolas não receberam réguas para carregar os laptops na eletricidade e também ao receberam nenhuma verba extra para os gastos com energia, que aumentaram consideravelmente.
Lições:
Dessa experiência piloto acredito que os responsáveis pelo projeto em Ruanda aprenderam  que é necessário uma formação da equipe diretiva e um esclarecimento sobre suas responsabilidades, bem como um plano de implementação e sustentabilidade por parte do governo.
Para nós (OLPC time) em Ruanda, ficou claro a necessidade de uma intervenção com o core team e de uma formação continuada baseada em planejamento, ação e  reflexão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário