sexta-feira, 4 de junho de 2010

Parceria com a ONG chamada International Educational Exchange






A ONG International Educational Exchange começou a atuar em Ruanda com o objetivo de formar professores para o ensino de inglês, em função da mudança da língua de ensino do Francês para o Inglês.
Tendo em vista que a abordagem de trabalho da ONG era construtivista e centrada no aluno, vimos que o laptop poderia ajudar na desenvolvimento da fluência em inglês.
A idéia era que eles utilizassem o laptop para o desenvolvimento de suas propostas para o ensino de inglês. Nós da OLPC promovemos uma formação sobre o laptop para os seus formadores.
O planejamento do ensino de inglês utilizando o laptop pode ser encontrado em  Planejamento de inglês com o XO laptop


Uma das idéias da OLPC é que o laptop seja uma plataforma para diferentes oportunidades escolares e principalmente extra-escolares. A parceria com diferentes ONGs é um dos nossos objetivos para sustentabilidade do projeto em Ruanda. 

Abertura da OLPCorps e inauguração do centro para laptops e aprendizagem em Rwanda


Na oportunidade da abertura da OLPCorps (8 de julho de 2009), David Cavallo inaugurou o Centro para Laptops e Aprendizagem em Ruanda
Estavam presentes o presidente de Ruanda, o presidente da ONG OLPC, o ministro de educação de Ruanda, coordenadores do projeto OLPC no Uruguai, Paraguai, Haiti, Camarões, etc, membros da OLPCorps, além de professores e a alunos de escolas de Ruanda demonstrando seu trabalho com os laptops.





OLPCorps: 30 equipes, 100 laptops por equipe e 30 escolas em países africanos



OLPCorps foi uma ambiciosa iniciativa com o objetivo de envolver estudantes universitários ligados a nossa missão de revolucionar os ambientes de aprendizagem para as crianças através de laptops.
Dentre as várias equipes que se inscreveram em 2009, 30 equipes de 3 pessoas foram selecionadas para fazer o deployment de 100 laptops em um país africano durante as ferias do verão americano (junho, julho e agosto) .
Antes de ir para o país escolhido, os estudantes estabeleceram uma parceria com uma ONG local para manter a sustentabilidade do projeto e fizeram uma formação de 10 dias em Rwanda. Essa formação envolveu o uso do laptop e suas ferramentas, desenvolvimento de propostas/projetos, aprendizagem sobre a parte técnica (manutenção e instalação de servidores), familiarização com a proposta de trabalho com projetos e também experimentação em formação de professores e trabalho com alunos em sala de aula.

As fotos dos deployments em cada país podem ser encontradas em http://www.flickr.com/photos/olpcorps/sets/

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Formação de professores de escolas privadas




Em final de abril de 2009, o core team, sob a nossa orientação, realizou uma formação de professores de 6 escolas privadas durante uma semana.
As atividades planejadas pelo core team voltaram a ter um propósito. A primeira delas foi o uso da câmera e do editor de texto para fazer um documento de identidade. Então, os professores aprenderam utilizar essas duas ferramentas e algumas de suas funcionalidades para criar a sua própria identidade.

Alternativa para Formação de professores durante o período letivo

Em 2009 duas novas escolas públicas receberam laptops.  Como isso ocorreu durante o período letivo, o core team organizou com a direção dessas escolas formações para grupos de professores, duas horas diárias dentro do horário de trabalho. Enquanto um grupo fazia a formação, outro suportava as crianças nas salas de aula.
O modelo não é o ideal já que um professor tem que atender duas salas de aula ao mesmo tempo, mas foi a alternativa possível naquele momento e garantiu que os professores tivessem um uso mais freqüente do laptop, sem acarretar custos.
Explico... em Ruanda, considerando que o salário dos professores é muiiito baixo e não 
 há plano de carreira,  há a cultura de incentivar os professores a realizarem formações através de uma ajuda financeira, ou seja, em qualquer formação os professores precisam receber dinheiro para pagar a alimentação e o transporte.
No entanto, isso limita as formações que não estavam previstas no orçamento. Considerando esse fator, nossa única alternativa foi fazer formações dentro do horário de trabalho evitando gastos com transporte e alimentação.


Alguns poréms nessa formação: 
Apesar dos professores da escola expressarem alegria com a novidade(o lpatop), a formação dessa vez foi muito inferior a primeira que o core team havia realizado. Voltou-se a aulas mais tradicionais de laptop e o “ensino” de aspectos técnicos para professores que estavam usando um computador pela primeira vez. 
Voltamos a insistir com o grupo sobre o objetivo das primeiras formações: fazer o professor sentir-se confortável com o laptop e pelo menos com uma atividade. A angústia do formador em ensinar todas as ferramentas e possibilidades da máquina acaba assustando e paralisando o professor iniciante em tecnologia.


Problemas referentes a essas duas escolas:
não havia laptops suficientes para todos os alunos e escola não recebeu uma orientação do ministério da educação sobre uma política de distribuição das máquinas. As escolas não receberam réguas para carregar os laptops na eletricidade e também ao receberam nenhuma verba extra para os gastos com energia, que aumentaram consideravelmente.
Lições:
Dessa experiência piloto acredito que os responsáveis pelo projeto em Ruanda aprenderam  que é necessário uma formação da equipe diretiva e um esclarecimento sobre suas responsabilidades, bem como um plano de implementação e sustentabilidade por parte do governo.
Para nós (OLPC time) em Ruanda, ficou claro a necessidade de uma intervenção com o core team e de uma formação continuada baseada em planejamento, ação e  reflexão.

Retomada com o Core team: novos membros (Vamos construir algo?)

A formação para os novos membros do core team foi iniciada pelos antigos membros. No entanto, entendemos que ela estava mais baseada na ferramenta em si e não em uso mais significativos da mesma (para construir alguma coisa). Então nos últimos encontros nós (eu e o Juliano) decidimos fazer uma intervenção com o grupo para oferecer outro tipo de experiência com o laptop. Pedimos para os formadores escolherem um tópico do currículo nacional de Ruanda, o qual eles tivessem alguma curiosidade ou interesse em aprender mais e desenvolvessem projetos em Etoys. 
Nossa idéia durante as formações é que os formadores sempre construam algo significativo com a ferramenta (para além do ensino da ferramenta)e usem a mesma estratégia durante suas formações dos professores.  Dessa forma, os professsores, por sua vez, terão outra referência para trabalhar com a tecnologia em sala de aula.
 Insistimos na idéia que todos tenham um portfólio dos projetos que eles mesmos construíram em Etoys, Scratch, Turtle Art, etc. 

sábado, 22 de maio de 2010

Venda de laptops para alunos de escolas privadas

Quando se inicia um projeto inovador como "um laptop por aluno" nas escolas públicas, as escolas privadas também sentem a necessidade de atualizar-se e prover os mesmos benefícios e oportunidades aos seus alunos.  No entanto, a nossa organização trabalha diretamente com governos. E estes, por sua vez, priorizam as escolas públicas que estão sob sua responsabilidade.
Em Ruanda as escolas privadas manifestaram interesse e o ministro da educação na época, considerando que esses alunos possuem melhores condições econômicas, achou que vender laptops para os alunos dessas escolas seria um boa estratégia para dar visibilidade ao projeto.  Então o governo começou a vender os laptop diretamente para os pais a um preço de mais ou menos U$200,00.
No entanto, essa ação foi realizada sem um plano de implementação bem definido e articulado com as escolas. A partir daí muitos problemas começaram a surgir:
-    Os professores foram beneficiados com uma formação inicial, mas não receberam laptops. O governo não quis doar laptops para esses professores e eles, por sua vez, argumentavam que não tinham condições financeiras para comprá-los.  As escolas também não tinham como prover laptop para seus professores;
-    Foram feitas campanhas para os pais comprarem laptops, mas muitos pais não tiveram condições de comprar;
-    Alguns pais compraram um laptop para ser compartilhados entre  3 ou 4 filhos em diferentes séries;
-    Os professores começaram a recusar-se a usar o laptop em sala de aula porque além dele não possuir a máquina, nem todos alunos possuíam;
-    Após um tempo os laptop começaram  a ser danificados pelas crianças e não havia um plano claro de manutenção;

 Além de tudo isso, quando abre-se a possibilidade de venda de laptop para pessoa física, laptops das escolas públicas começam a “desaparecer” e eventualmente "aparecer" nas mãos de crianças de escolas privadas. Ou seja, cria-se um “mercado negro” de laptops.  Para evitar esse tipo de prática sugere-se que os laptops não sejam vendidos para pessoa física. 

Dessa experiência pode-se concluir que uma Ação, por melhor que seja a intenção, sem uma estratégia de implementação e sustentabilidade, tende ao fracasso.